sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

II Conferência Estadual de Cultura

8 a 11 de dezembro

II Conferência Estadual de Cultura reúne gestores e delegados culturais das 12 regiões de integração do Pará

Dois anos depois que a I Conferência Estadual de Cultura (I CEC) mudou os rumos da política cultural do estado do Pará, o governo e os gestores da cultura do estado realizam a II CEC, que acontece de 08 a 11 de dezembro, no Hangar - Centro de Convenções da Amazônia. A II Conferência de Cultura vai discutir a política Cultural para o Estado do Pará.

A II CEC determinará os investimentos públicos do setor para os próximos anos e escolherá os representantes para a Conferência Nacional de Cultura, que será realizada em 2010, em Brasília.

Antes da Conferência Estadual foram realizadas pré-conferências e conferências de cultura, a Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Curro Velho, Instituto de Artes do Pará, Fundação Carlos Gomes, Câmara da Política de Desenvolvimento Sócio Cultural/ Segov, e as prefeituras do Pará acompanharam de perto e participaram ativamente na organização das atividades. Dos 144 municípios, 105 realizaram suas conferências municipais e intermunicipais. Foram 06 intermunicipais e 85 municipais.

Dentro do calendário para a II CEC, gestores culturais de 109 municípios participaram, em Belém, no último mês de agosto, do I Encontro Paraense de Gestores de Cultura, no auditório do Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), um debate que tratou sobre o Plano Estadual de Cultura, a II Conferência Estadual de Cultura, além do Sistema Estadual de Cultura, visando um trabalho integrado nas diversas regiões do Pará e o Sistema Nacional, organizado pelo Governo Federal.

Uma das discussões mais importante da II CEC é sobre a Proposta de Emenda Constitucional 150 (PEC 150/2003), de autoria do deputado federal Zezéu Ribeiro (PT-BA), que ainda aguarda votação no Congresso Nacional. A proposta eleva o patamar do orçamento vinculando da Cultura para 2% do orçamento da União, 1,5% dos estados e 1% dos municípios. A aprovação da proposta é defendida por representantes dos segmentos artísticos e pelos dirigentes estaduais e municipais, pois aumentará os recursos destinados aos investimentos em políticas públicas na área.

I CEC - A 1º Conferência Estadual de Cultura, realizada em julho de 2007, foi um marco na discussão e implementação de uma nova política cultural para o Estado do Pará. Precedida de 29 eventos no interior do Estado, entre Pré-Conferências e Conferências Intermunicipais, pela primeira vez a sociedade pode ouvir e ser ouvida em seus anseios culturais.

Foi a partir das discussões da I CEC que novos projetos foram criados, como o Circuito Cultural Paraense e os Salões do Livro, além do estabelecimento da política de editais, descentralização dos recursos para a área da cultura e a inclusão de grupos historicamente excluídos, como indígenas, LGBT e quilombolas, no processo de construção dessa política. Projetos já consagrados também foram reestruturados, como a Feira Panamazônica do Livro e o Festival Internacional de Ópera da Amazônia.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Campanha 16 Dias de Ativismo no Brasil- Uma vida sem violência é um direito das mulheres.

No dia 20 de novembro foi iniciada a 19 ª Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Diversas ações interligando datas e fatos importantes na luta pelo fim da violência de gênero. A Campanha foi criada em 1991 por feministas e movimentos de mulheres vinculadas ao Centro para Liderança Global das Mulheres (Center for Womens´s Global Leadership), ocorre atualmente em 159 países.

No Brasil o inicio da campanha ocorre no dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra. Datas como o Dia Mundial de Combate á AIDS e o Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, celebrados nos dias primeiro e seis de dezembro respectivamente. Em outros países a Campanha começa no dia 25 de Novembro - Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres e se encerra em 10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos.


A Campanha 16 Dias de Ativismo tem sido uma estratégica eficaz para fortalecer a ligação entre a luta local e a internacional dos movimentos de mulheres, feministas e de direitos humanos, bem como uma ferramenta de advocacy na interlocução com os governos por políticas públicas direcionadas a mulheres em situação de violência.


Em sua 19ª edição neste ano, a Campanha demonstra a criatividade, perseverança e solidariedade de mulheres do mundo todo que se organizam pelo fim da violência de gênero. No Pará ações são realizadas na capital Belém e nos Interiores do Estado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ONU Discute em Belém as Deficiências do Sistema Penal no Mundo


Segundo a organização há no mundo 10 milhões de pessoas vivendo em carceragens, um quarto delas, aguardam julgamento, não raramente, em condições subumanas.

A governadora Ana Júlia Carepa entrega ao representante da ONU um protocolo de intenções com 16 ações para combate à criminalidade no ParáRepresentantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) fazem até esta sexta-feira (23), no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a revisão das regras mínimas da ONU para tratamento dos presos.Segundo a ONU os cárceres em funcionamento no país são incapazes de ressocializar os presos, e criticam as políticas de segurança pública baseadas apenas na prisão como punição. O problema não é só no Brasil, que o sistema penitenciário virou local de desrespeito da condição humana. Há, no mundo, 10 milhões de pessoas vivendo em carceragens, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Um quarto delas, ainda na condição de presos provisórios, aguardam julgamento, não raramente, em condições subumanas.No caso brasileiro, o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, que fez a abertura do evento, disse serem públicos os problemas do sistema carcerário. "As deficiências são de toda ordem, de lixo acumulado, denúncias de maus tratos, abuso de autoridade, a revoltas mal contidas de presos barbarizados. É uma falta de respeito à Constituição e aos direitos básicos do cidadão.
O Brasil está longe de cumprir as regras mínimas de direitos humanos nessa área por ter um quadro de resistente imobilidade", disse.A Assembleia Geral do Comitê Permanente da América Latina para a Revisão e Atualização das Regras Mínimas da ONU antecede o 12º Congresso das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência, que acontecerá em Salvador, no próximo ano, com as presenças de representantes dos 192 países vinculados à ONU. O evento em Belém acontece paralelamente ao 71º Curso Internacional de Criminologia, promovido pela Sociedade Internacional de Criminologia, órgão vinculado ao Ministério da Justiça da França.Ações Idéia acompanhada tanto pelo Procurador Geral de Justiça do Pará, Geraldo Rocha, como pela governadora Ana Júlia Carepa, que encerrou o evento, depois de entregar ao representante da ONU um protocolo de intenções com 16 ações para combate à criminalidade no Pará, indo de ações de ressocionalização de presos, estruturação dos órgãos de segurança até ações sociais.A governadora também assinou, junto com o representante da ONU, um memorando em que se compromete com a aplicação das convenções internacionais ratificadas pelo Brasil em relação à salvaguarda dos direitos humanos, e que aponta a instalação futura, em Belém, de um núcleo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.Segundo a governadora, "a revisão de penas é necessidade imperativa frente às condições dos apenados" e é preciso debater a transformação do estado de polícia para o Estado de Direito. "É claro que a privação de liberdade é necessária em alguns casos, mas também a criação de um sistema penal justo. Reprimir não é suficiente. Devemos trabalhar de forma preventiva ou não vamos viver em um mundo onde os direitos humanos sejam preservados", disse Ana Júlia Carepa, citando alguns investimentos realizados no Pará na área da saúde, saneamento e geração de renda e emprego, com o programa Bolsa Trabalho.
Para Bo Mathiassen, representante da ONU no Brasil, que defendeu o uso racional da pena de privação de liberdade e a aplicação de penas alternativas, enxugar o sistema carcerário é o primeiro passo. Mas advertiu que nenhuma reforma prisional será bem sucedida se for feita de forma isolada, sem uma reforma no sistema de Justiça como um todo."Em termos globais, enxergamos uma crise nos sistemas penais. A superlotação ocorre principalmente por causa das prisões provisórias, quando as pessoas deveriam responder em liberdade até serem condenadas. É fato que essas pessoas raramente são ressocializadas, então menos pessoas nas prisões significam mais recursos para melhorar as condições gerais do sistema", analisou Mathiassen.A assembléia realizada em Belém votará uma proposta de revisão das Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Presos, que estão em vigor desde 1955. A contribuição será apresentada no 12º Congresso das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Justiça Penal, que se reunirá em abril de 2010, em Salvador, na Bahia.

I Festival Internacional de Filmes Sociais – FEST-FISC

O I Festival Internacional de Filmes Sociais – FEST-FISC integra a programação cultural do Fórum Internacional da Sociedade Civil (FISC), que reunirá aqui em Belém, cerca de três mil pessoas, entre os dias 28 e 30 de novembro de 2009.Jornada cultural de caráter não competitivo, o FEST-FISC destaca o papel do cinema, do vídeo e da produção audiovisual em geral na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
A iniciativa nasce da necessidade de se criar mais uma porta para o intercâmbio entre realizadores e produtores - das mais diversas origens e com as suas infinitas propostas de linguagens estéticas e de formas de captação.O espaço é aberto para filmes e/ou vídeos curtas-metragens (até 22 minutos de duração) de qualquer gênero ou temática.
Os interessados deverão preencher e assinar a ficha de inscrição e enviá-la juntamente com 1 cópia da produção em DVD + 1 fotografia pessoal + 1 fotografia da obra para: I FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOCIAS – FEST-FISCRUA RODRIGUES DOS SANTOS, 279 - VILA ADREGA – CASA 1BAIRRO: CIDADE VELHA - BELÉM – PARÁ – BRASILCEP: 66020-260Os realizadores podem submeter até no máximo três obras ao FEST-FISC, mas, nesse caso, deverão preencher uma ficha de inscrição para cada vídeo e/ou filme.
E – para facilitar o trabalho da organização do FEST-FISC, as fichas de inscrição também poderão ser recebidas no e-mail: festfisc@gmail.com. Os realizadores também devem enviar uma fotografia do filme.As inscrições encerram no dia 6 de novembro de 2009 (observando-se a data de postagem nos correios) e os filmes e/ou vídeos - selecionados ou não - passarão a fazer parte do acervo da videoteca do Laboratório da Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará - UFPa, que os utilizará com fins educativos, sem que os mesmos venham a ser comercializados ou reproduzidos.A curadoria do I Festival Internacional de Filmes Sociais – FEST-FISC é de responsabilidade do professor-doutor Hilton P. Silva, do departamento de Antropologia da UFPa; e do poeta e realizador de cinema, o professor-especialista em semiótica Francisco Weyl.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

´CUFA PARÁ É CONVIDADA A PARTICIPAR DO TERRITÓRIO DA PAZ

No próximo dia 19 a Cufa Pará estará presente no Teritório da Paz, que levará para dentro dos bairos do Guamá e Terra Firme os projetos de segurança pública financiados pelo PRONASCI. Segue abaixo o texto do informatico do Ministério da Justiça.

Belém – uma das regiões metropolitanas mais violentas do Brasil – abrigará o próximo Território de Paz do Pronasci. No dia 19 de outubro, às 11h, os bairros de Guamá e Terra Firme
vão receber mais de vinte projetos simultâneos para diminuir e prevenir a criminalidade e a violência na capital paraense.
Um dos projetos mais importantes é o policiamento comunitário, que vai estabelecer uma relação de confiança e proximidade entre a população e os policiais, que irão realizar ronda sempre no mesmo local e serão conhecidos pelo nome.
No estado, já foram capacitados 3.363 profissionais de segurança pública e lideranças comunitárias para o exercício conjunto em policiamento comunitário. O Pronasci selecionou 285 jovens parenses em situação de vulnerabilidade social para participar de atividades profissionalizantes, artísticas, desportivas e de cidadania promovidas pelo Protejo. Também serão selecionadas 500 Mulheres da Paz, lideranças comunitárias que atuarão como mediadoras sociais. Mulheres e jovens receberão bolsas de R$ 190 e de R$ 100, respectivamente, para participarem dos projetos.
A penitenciária especial do Pronasci no Pará vai gerar 421 vagas para jovens de 18 a 24 anos. A unidade contará com salas de aula, cursos educacionais e profissionalizantes. O Pará receberá, ainda, um Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, instrumento responsável pelas políticas de prevenção ao delito, atendimento às vítimas, repressão e responsabilização dos autores.

sábado, 10 de outubro de 2009

INTEGRAÇÃO CUFA-PA E CUFA-RJ

A etapa final da Liga Internacional de Basquete de Rua, que aconteceu no Rio de Janeiro no último dia 03 de outubro foi o grande pano de fundo para promover a integração entre as CUFA´s de todo Brasil.

Numa mistura de sons, sotaques e cores, foi possível estabelecer uma maior aproximação entre as ações de cada base, saber dos projetos e resultados de cada uma, enfim, a troca de informações foi a grande ação por trás do espetáculo da LIIBRA 2009.

A CUFA-PA, por exemplo, esteve em visita a base da Cidade de Deus, onde Aline Machado e Luciana Hage foram muito bem recebidas por Viviane Lancelote, que mostrou um pouco de todos os projetos realizados naquele lugar. Entre as aulas de informática, de grafite, de leitura, entre outras ações, constatou-se que com seriedade e competência a periferia também tem gás para produzir grandes obras sociais, principalmente para as crianças e adolescentes.

Muitas ações com certeza terão repercussão pelas periferias do Pará, onde a CUFA já vem atuando, sob uma nova coordenação, há um pouco mais de 1 ano. E a energia que tomou conta do evento na Cidade Maravilhosa se propagará nos projetos já encaminhados nas bases do estado paraense.














Secult prorroga as inscrições para os editais de Cultura 2009.

Artistas e produtores culturais podem se inscrever até o dia 23 de outubro. Não perca!


Produtores culturais do Estado do Pará que quiserem receber incentivo do Governo do Estado para desenvolver seus projetos, têm uma nova oportunidade. É que foram prorrogadas, até o dia 23 de outubro, as inscrições para os editais de Cultura 2009. São oito editais voltados para várias formas de expressão cultural, sendo cinco novos voltados para vários grupos sociais. Os editais Prêmio Secult de Culturas Indígenas - Edição Nós Indígenas e Prêmio Secult de Culturas Quilombolas - Edição Maria Felipa Aranhas, serão lançados na segunda quinzena de Novembro.

Os prêmios compõem a ação Pará Faz Cultura da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), uma nova política de fomento cultural para o Estado do Pará. Para 2009, a Secult está ampliando esta importante política, que além de consolidar a política de Editais traz todos os prêmios anteriores e mais 5 (cinco) novos em novas modalidades: Indígenas, Quilombolas, Juventude, Saúde Mental e LGBT, além de algumas mudanças nos editais que já existiam. A Ação Pará Faz Cultura é resultado de um amplo debate entre artistas, grupos, mestres, povos tradicionais etc. consolidando-se como um instrumento indispensável ao fomento da produção cultural paraense.

A política de Editais é um dos marcos da atual política de democratização do acesso aos recursos públicos para a produção cultural no Pará. Demanda aprovada na 1ª Conferência Estadual de Cultura (CEC) e no Planejamento Territorial Participativo (PTP), norteia os investimentos em Cultura para os próximos anos e a distribuição em todas as regiões de integração do Estado e nas diversas formas de expressão cultural, tais como música, teatro, artes plásticas, literatura, audiovisual, fotografia, manifestações tradicionais entre outras.

As inscrições para os oito editais da ação Pará Faz Cultura 2009, iniciaram no dia 24 de agosto. Os editais e os formulários de inscrição estão disponíveis no site http://www.secult.pa.gov.br/Editais.asp ou na Secretaria de Estado de Cultura, que fica na Avenida Magalhães Barata, 830, bairro de Nazaré. Informações pelo telefone: 4009-8746 ou no e-mail: parafazcultura@secult.pa.gov.br.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

É CAMPEÃO



A luta é dura, os desfios são muitos, as barreiras altas demais, mas a vitória é certa pra quem passa por tudo isso com garra e alegria no jogo da vida.

A CUFA Pará realizou um dos maiores, se não o maior, evento de basquete de rua que a cidade de Belém já viu. Os vencedores foram todos, a equipe da CUFA, os atletas da rua e o público que prestugiou.

Até os 45 minutos do segundo tempo a incerteza tomou conta dos envolvidos neste processo, mas a certeza de ter feito o melhor garantiu a presença da equipe paraense na etapa nacional da Liga Internacional de Basquete de Rua - Liibra 2009.


JUMP
é o nome do time que vai representar o Pará na cidade do Rio de Janeiro, onde estarão presentes as melhores das melhores equipes de basqueteiros do Brasil. E a promessa de fazer bonito, e quem sabe trazer o título pra cá, deixou de ser uma possibilidade e passou a ser uma realidade.

Depois de muitos pedidos, oficios, audiências e "apurrinhação", a CUFA conquistou junto a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer o recurso que levará Ronaldo, Alex, Anderson, Alexandre, Fernando e Jonatham para o capeonato brasileiro. E o uniforme conta com o patrocínio da empresa Auto Peças Belém.

O primeiro jogo será dia 02 de outubro e os guerreiros da tribo amazônica vão surpreender muita gente.

Parabéns a todos e sucesso!!!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma Silva sucessora de um Silva?

Por Leonardo Boff

Não estou ligado a nenhum partido, pois para mim partido é parte. Eu como intelectual me interesso pelo todo embora, concretamente, saiba que o todo passa pela parte. Tal posição me confere a iberdade de emitir opiniões pessoais e descompromissadas com os partidos.

De forma antecipada se lançou a disputa: Quem será o sucessor do carismático presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

De antemão afirmo que a eleição de Lula é uma conquista do povo brasileiro, principalmente daqueles que foram sempre colocados à margem do poder. Ele introduziu uma ruptura histórica como novo sujeito político e isso parece ser sem retorno. Não conseguiu escapar da lógica macro-econômica que privilegia o capital e mantém as bases que permitem a acumulação das classes opulentas. Mas introduziu uma transição de um estado privatista e neoliberal para um governo republicano e social que confere centralidade à coisa pública (res publica), o que tem beneficiado vários milhões de pessoas. Tarefa primeira de um governante é cuidar da vida de seu povo e isso Lula o fez sem nunca trair suas origens de sobrevivente da grande tribulação brasileira.

Depois de oito anos de governo se lança a questão que seguramente interessa à cidadania e não só ao PT: quem será seu sucessor? Para responder a esta questão precisamos ganhar altura e dar-nos conta das mudanças ocorridas no Brasil e no mundo. Em oito anos muta coisa mudou. O PT foi submetido a duras provas e importa reconhecer que nem sempre esteve à altura do momento e às bases que o sustentam. Estamos ainda esperando uma vigorosa autocrítica interna a propósito de presumido “mensalação”. Nós cidadãos não perdoamos esta falta de transparência e de coragem cívica e ética.

Em grande parte, o PT viou um partido eleitoreiro, interessado em ganhar eleições em todos os níveis. Para isso se obrigou a fazer coligações muito questionáveis, em alguns casos, com a parte mais podre dos partidos, em nome da governabilidade que, não raro, se colocou acima da ética e dos propósitos fundadores do PT.

Há uma ilusão que o PT deve romper: imaginar-se a realização do sonho e da utopia do povo brasileiro. Seria rebaixar o povo, pois este não se contenta com pequenos sonhos e utopias de horizonte tacanho. Eu que circulo, em função de meu trabalho, pelas bases da sociedade vejo que se esvaziou a discussão sobre “que Brasil queremos”, discussão que animou por decênios o imaginário popular. Houve uma inegável despolitização em razão de o PT ter ocupado o poder. Fez o que pôde quando podia ter feito mais, especialmente com referência à reforma agrária e a inclusão estratégica (e não meramente pontual) da ecologia.

Quer dizer, o sucessor não pode se contentar de fazer mais do mesmo. Importa introduzir mudanças. E a grande mudança na realidade e na consciência da humanidade é o fato de que a Terra já mudou. A roda do aquecimento global não pode mais ser parada, apenas retardada em sua velocidade. A partir de 23 de setembro de 2008 sabemos que a Terra como conjunto de ecosissitemas com seus recursos e serviços já se tornou insustentável porque o consumo humano, especialmente dos ricos que esbanjam, já psssou em 40% de sua capacidade de reposição.

Esta conjuntura que, se não for tomada a sério, pode levar nos próximos decênios a uma tragédia ecológicohumanitária de proporções inimagináveis e, até pelo final do século, ao desaparecimento da espécie humana. Cabe reconhecer que o PT não incorporou a dimensão ecológica no cerne de seu projeto político. E o Brasil será decisivo para o equilíbrio do planeta e para o futuro da vida.

Qual é a pessoa com carisma, com base popular, ligada aos fundamentos do PT e que se fez ícone da causa ecológica? É uma mulher, seringueira, da Igreja da libertação, amazônica. Ela também é uma Silva como Lula. Seu nome é Marina Osmarina Silva.
Leonardo Boff é autor do livro Que Brasil queremos? Vozes 2000.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Curro Velho - Historia




Primeiro matadouro da cidade, o Curro Público de Belém foi construído e inaugurado pelo presidente da Província, Francisco Carlos Brusque, em 1861. Seu estilo é resultado da forte influência neoclássica sofrida pela arquitetura paraense, em meados do século passado, tendo como exemplos significativos o Teatro da Paz, o Mercado de São Braz e o Palácio Antônio Lemos.

O Curro Público de Belém forneceu carne de origem certa e sabida para a população durante 40 anos. Mas, no início do século, foi atropelado por novas técnicas de abate e pelo crescimento da cidade. Em 1905, o intendente Antônio Lemos inaugurou novo matadouro, na Vila de Pinheiros, hoje Icoaraci. O Curro Público ainda resistiu sete anos, sendo desativado em 1912. Dai em diante viveu longas temporadas de abandono, abrigou atividades insólitas, chegou a ser depósito de gás e de outros produtos químicos.
Somente em 1983 teve o reconhecimento de seu valor, quando foi tombado. Cinco anos depois foi restaurado para abrigar o projeto da Fundação Curro Velho. O Curro, que conviveu muitos anos com a morte, renasceu para recriar a vida.
Situado no bairro do Telégrafo, às margens da Baia de Guajará, possibilita um excelente aproveitamento do seu entorno, com áreas de convivência e lazer, além de seus espaços internos, adequados à instalação de oficinas, anfiteatro, biblioteca, loja, etc...
Belém é uma cidade contornada por água, no entanto poucos são os pontos onde é possível a contemplação da natureza. Sua orla é quase que completamente tomada por equipamentos (institucionais, particulares, comunitários), com funções as mais variadas possíveis. A criação da Fundação Curro Velho possibilitou a convivência com esta paisagem rica em beleza e tipicamente amazônica.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

SE LIGUEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

7ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente


16 a 18 de setembro


Construindo Diretrizes da Política e do Plano Decenal. Esse é o tema da 7ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente que acontecerá nos dias 16 a 18 de setembro deste ano, promovida pela Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social (Sedes) e pelo CEDCA. A Conferência vai buscar consolidar o princípio da prioridade absoluta, que coloca o direito à vida, à saúde, à educação e muitos outros, como o básico necessário para a dignidade da criança e do adolescente.

O Diário Oficial do Estado do dia 18.06 publicou a resolução que institui a Conferência Estadual, e ainda dá as providências para a realização das Conferências Municipais que deverão ocorrer até 30 de julho, organizadas por conjuntos de municípios ou individualmente, de onde sairão os delegados que participarão da Conferência Estadual.

Além de ampliar a participação e o controle social na efetivação de políticas para a criança e o adolescente dos municípios do Estado, que é o principal objetivo da Conferência, o evento também vai buscar o fortalecimento da relação entre governo e sociedade para a formulação de políticas públicas para crianças e adolescentes, incentivando a participação e qualificação de adolescentes nessa formulação.

Dentre os eixos básicos que comporão a estrutura da Conferência Estadual, estão a promoção e universalização de direitos num contexto de desigualdade; proteção e defesa no enfrentamento das violações de direitos humanos de crianças e adolescentes; fortalecimento do sistema de garantia de direitos e o fomento da participação de crianças e adolescentes em espaços de construção da cidadania.

A participação na Conferência poderá ser feita como delegado, com direito a voz e voto, e como ouvinte, que terá direito apenas a voz. Segundo a resolução, cada município deverá ter, no mínimo, oito delegados e mais as autoridades municipais.

A Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente também tirará os delegados que participarão da Conferência Nacional, a ser realizada no período de 7 a 10 de dezembro deste ano.

Mais informações:
End: Casa dos Conselhos, Av. Pedro Miranda c/ Tv. Angustura - Pedreira
Tel: (91) 3244-2322
E-mail: cedca.pa@ig.com.br

quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Viemos informar que por motivos de força maior os eventos RPB e BRADAN foram cancelados.
Os Rapper´s e B.Boys que quizerem saber mais sobre o RPB e BRADAN Nacional podem acessar www.bradan.com.br .

Pedimos a compreenssão todos e todas .

CUFA Pará

Re-Cultura
Um Movimento a favor da cultura

O movimento artístico e cultural brasileiro tem uma nova data para comemorar. No último dia 28 de agosto aconteceram as primeiras reuniões do Re-Cultura, reunindo profissionais da cultura em mais de 20 estados brasileiros.
No Rio de Janeiro o evento foi realizado no auditório da Funarte (Fundação Nacional de Artes), no centro da cidade.
A mesa de debate foi composta pelo Presidente da Funarte, Sérgio Mamberti, os músicos MV Bill e Sandra de Sá, o produtor de teatro Ricardo Barata, Luiz Nascimento, do “Cinema Nosso” e Junior Perim, coordenador do projeto “Crescer e Viver”. O encontro contou, ainda, com a presença das Secretárias de Cultura na esfera Municipal, Jandira Feghali e Estadual, Adriana Rates, que se comprometeram com o movimento.
Após a apresentação do movimento pela mesa, o debate foi aberto ao público presente, extremamente representativo, com a presença de representantes da OAB, Sindicato dos músicos, Associação dos empresários artísticos, atores, jornalistas e outras instituições e trabalhadores e diferentes setores da área cultural. A plenária participou ativamente da discussão no evento, dando opiniões, contanto experiencias e principalmente, apoiando a iniciativa do movimento pela luta pela reforma tributaria.


Ana Lúcia Pardo, representante do Ministério da Cultura, destacou a importância de dar continuidade ao movimento. Ivana Bentes, Diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, falou sobre a descriminalização da pessoa física, da necessidade do CNPJ e das dificuldades de trabalhar como autônomo na cultura e João Artigos, do Teatro de Anônimo pediu mudança na Lei do Empreendedor para que todos os profissionais possam se beneficiar.
Os próximos encontros do Re-Cultura acontecem em setembro nas respectivas Câmaras dos Vereadores e Assembléias Legislativas dos estados e, em outubro, será a vez de prefeitos e governadores entrarem nessa discussão.




segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Governo do Estado do Pará apresenta política de editais para 2009

O governo do estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), apresenta para o ano de 2009 a Ação Pará Faz Cultura, uma nova política de fomento cultural para o Estado do Pará.

A política de Editais é um dos marcos da atual política de democratização do acesso aos recursos públicos para a produção cultural no Pará. Demanda aprovada na 1ª Conferência Estadual de Cultura (CEC) e no Planejamento Territorial Participativo (PTP), norteia os investimentos em Cultura para os próximos anos e a distribuição em todas as regiões de integração do Estado e nas diversas formas de expressão cultural, tais como música, teatro, artes plásticas, literatura, audiovisual, fotografia, manifestações tradicionais entre outras.

Para 2009, a Secult está ampliando esta importante política através da Ação Pará Faz Cultura, que além de consolidar a política de Editais traz todos os prêmios anteriores e mais 5 (cinco) novos em novas modalidades: Indígenas, Quilombolas, Juventude, Saúde Mental e LGBT, além de algumas mudanças nos editais que já existiam. A Ação Pará Faz Cultura é resultado de um amplo debate entre artistas, grupos, mestres, povos tradicionais etc. consolidando-se como um instrumento indispensável ao fomento da produção cultural paraense.

O Lançamento dos editais 2009 ocorerá dia 12 de agosto, às 17h, no Parque da Residência e Teatro Estação Gasômetro, com uma mostra cultural dos premiados dos editais 2008.



Leia, abaixo, um resumo de cada um dos editais.

Ação Pará Faz Cultura

Editais de Cultura - 2009

Prêmio Secult Fotopará

Direcionado para o registro e documentação do trabalho realizado pelos fotógrafos paraenses ou radicados no Estado do Pará há mais de dois (02) anos, visa o incentivo aos melhores projetos que tenham como foco temas diversos ou pré-estabelecidos pelo edital a cada ano, resultando na premiação de três (03) fotógrafos, que será de R$ 7.000,00 mil (sete mil reais) ao primeiro colocado, R$ 5.000,00 mil (cinco mil reais) para o segundo e R$ 3.000,00 (três mil reais) para o terceiro, além da publicação de um (01) livro com o trabalho dos fotógrafos vencedores.

O presente edital terá temática livre. As obras deverão ser inéditas.

Serão aceitas fotos digitais ou manipuladas, que, no entanto, deverão ser apresentadas em formato impresso para efeito de julgamento.

Prêmio Secult de Música

Tem como objetivo aproximar as ações do governo do Pará, na área da Cultura, dos diversos intérprete(s), instrumentistas, conjunto(s), banda(s) ou grupo(s) musical(is), e/ou compositor(es) que hoje atuam no Estado. Neste sentido, o presente edital, tem como finalidade fomentar a produção de CD´s e shows musicais nos diversos municípios paraenses, nas seguintes modalidades:

Módulo 1 - Gravação de CD inédito - com todas as etapas de gravação: pré-produção, gravação em estúdio, mixagem, masterização e prensagem, com tiragem inicial de 1.000 (mil) exemplares; para esta modalidade serão conferidos 03 (três) prêmios brutos de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

Módulo 2 - Prensagem de CD - Visa a premiação de projetos para a finalização de CD´s (Prensagem e Encartes), devendo o proponente comprovar a conclusão das etapas de gravação em estúdio, mixagem, masterização e projeto gráfico. A tiragem inicial será de 1.000 exemplares. Para esta modalidade serão conferidos 05 (cinco) prêmios brutos de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

Módulo 3 - Difusão Musical no Pará - Visa a difusão da produção musical paraense, através do apoio financeiro para a realização de shows musicais inéditos (título, formato e repertório) de artistas e grupos nos municípios onde estão domiciliados ou sediados. Para esta modalidade serão conferidos 06 (seis) prêmios brutos de R$ 12.000,00 (doze mil reais);

Módulo 4 - Circulação Musical no Pará - Visa a circulação da produção musical paraense, através do apoio financeiro para a realização de shows musicais de artistas e grupos em municípios de Regiões de Integração diferentes da que estão domiciliados ou sediados. Para esta modalidade serão conferidos 06 (seis) prêmios brutos de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais).

Prêmio SEcult de Literatura Infantil e Juvenil - Selo Imagina Só!

Consiste na publicação de três (03) obras inéditas com conteúdos voltados aos públicos infantil e juvenil, com temática livreE, em três (03) diferentes categorias: Literatura infantil , Literatura juvenil e Histórias em Quadrinhos. As obras vencedoras serão financiadas no que concerne ao projeto gráfico, ilustração, impressão e acabamento, divulgação e distribuição. A tiragem inicial será de 1.000 (mil) exemplares de cada obra.

Podem participar autores residentes e domiciliados no Pará há mais de 02 (dois) anos.

As obras devem ser inéditas.

Prêmio Culturas Populares - Edição "Mestre Verequete"

Tem por finalidade promover a manutenção das tradições paraenses em todo o Estado; em comum acordo com a observância dos objetivos e princípios da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, adotada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco, em outubro de 2005, e promulgada no Brasil em agosto de 2007, o qual destina-se a apoiar iniciativas voltadas às manifestações das culturas populares brasileiras.

O Este edital visa premiar a atuação dos mestres, iniciativas e fazedores das culturas populares e iniciativas exemplares que envolvam as manifestações das culturas populares características e peculiares ao Pará, aproximando as ações do governo do estado do Pará, no âmbito da Cultura, dos diversos grupos e fazedores da cultura popular que hoje atuam no Estado. Este edital premiará 30 (trinta) projetos com valor individual de R$ 10.000,00 (dez mil reais), indistintivamente.

Prêmio Culturas Quilombolas - Edição "Maria Felipa Aranha"

Destinado ao fortalecimento e à valorização de aspectos das identidades culturais de comunidades quilombolas no Pará e ao favorecimento do combate a desigualdades e discriminações étnico-raciais. Os projetos vencedores serão premiados no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) brutos.

Prêmio Culturas Indígenas - Edição "Nós, indígenas!"

Destinado ao reconhecimento das iniciativas coletivas dos povos indígenas da Amazônia Paraense (programas, projetos, ações, rituais, empreendimentos e outros) para o fortalecimento e valorização de suas expressões culturais, continuidade de suas tradições e para o reconhecimento da sua importância à diversidade cultural brasileira. Os projetos vencedores serão premiados no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) brutos.

Prêmio Secult LGBT

Este edital tem por objetivo incentivar e premiar, por meio de repasse de recursos financeiros, projetos que tenham sido realizados no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, e que possuam caráter de continuidade para o segundo semestre de 2009, contribuindo para a inclusão social e a construção da cidadania, por meio de ações de fortalecimento das identidades culturais, combate à violência e à discriminação contra LGBTs e de promoção da cidadania homossexual. Outro objetivo é apoiar a continuidade dessas iniciativas de afirmação de orientação sexual, identidade de gênero e da cultura de paz, contribuindo desta forma para o combate à homofobia e o fortalecimento das organizações LGBTs. Serão 15 prêmios no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Prêmio Secult e Juventude

Este edital tem por objetivo incentivar e premiar, por meio de repasse de recursos financeiros, projetos que tenham sido realizados no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, de Instituições da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, de caráter cultural ou com histórico de atividades culturais, e/ou pessoas físicas de reconhecida atuação junto à juventude na área de Cultura e Protagonismo Juvenil, que atuem na produção artístico-cultural há pelo menos um ano, e que tenham caráter de continuidade, contribuindo para a inclusão social e a construção da cidadania, seja através da geração de emprego e renda, seja por meio de ações de fortalecimento das identidades culturais.

O edital funcionará como um instrumento de pulsão, articulação e incentivo de ações e projetos já existentes nas comunidades paraenses, desenvolvidos por jovens de 15 a 29 anos, como forma de ações continuadas em pelo menos uma das seguintes áreas: culturas populares; cultura e identidade de gênero; grupos étnico-culturais; patrimônio material; patrimônio imaterial; audiovisual e radiodifusão; culturas digitais; gestão e formação cultural; pensamento e memória; incentivo à cultura de paz e combate à discriminação; teatro; dança; e/ou ações transversais.

Serão 10 (dez) prêmios no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) para pessoa física, e 10 (dez) prêmios no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para Instituições da Sociedade Civil formadas por 80% de jovens entre 15 e 29 anos em sua Diretoria.

Prêmio Secult de Artes Cênicas

O Prêmio SECULT de Artes Cênicas, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura do Pará, tem como objetivo apoiar a criação de projetos de pesquisa e produção de montagem de espetáculos, visando o desenvolvimento do teatro e da dança e o melhor acesso à população às artes cênicas no Pará. O prêmio levará os nomes "Cláudio Barradas" para os espetáculos de teatro e "Augusto Rodrigues" para os espetáculos de dança.

Serão selecionados 10 (dez) prêmios de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em valores brutos, a serem divididos em 5 (cinco) prêmios para teatro e 5 (cinco) prêmios para dança.

Prêmio Secult de Artes Visuais

O Prêmio Secult de Artes Visuais selecionará artistas e/ou curadores para a realização de exposições individuais ou coletivas em determinados espaços do Sistema Integrado de Museus e Memoriais do Estado. Serão selecionados 8 (oito) projetos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Liga Internacional de Basquete de Rua - Circuito Pará já tem seu vencedor

JUMP - Equipe vencedora da Liibra Pará 2009



A LIIBRA 2009 INCENDIOU A ALDEIA CABANA EM BELÉM


Foram três dias de competição acirrada entre 24 equipes de basqueteiros, sendo 20 masculinas e 4 femininas. Os dias 8, 9 e 16 de agosto ficarão marcados na história do bairro da Pedreira, localizado na periferia da capital paraense.

Entre jogadas, pontos e muito gás, que animou não somente os atletas, mas todo o público presente, os competidores levaram a sério os jogos e deram o máximo para a conquista de cada etapa. Mesmo as equipes que foram eliminadas, não abandonaram a quadra, permaneciam torcendo pelos colegas que continuavam, com suas camisas suadas, na disputa do primeiro lugar.

Com eliminatórias simples as equipes se enfrentaram na primeira etapa, quem perdiam era desclassificado e o vencedor passava para as quartas de finais, semi-finais e grande final.

No primeiro dia de evento, 8 de agosto, houve uma abertura meio informal, com a execução do hino nacional brasileiro no ritmo do rap, que levou a galera presente ao delírio. A presença do diretor geral da secretaria municipal de esporte juventude e lazer de Belém, Sr. Simão Pedro, deu o ar de formalidade a ocasião. O mesmo secretário deu a primeira bola ao alto da competição, que neste dia contemplou 4 jogos.

Nos intervalos das partidas, os artistas do hip-hop paraense deram seu recado e mostraram qual é a linguagem da periferia de Belém. Os grafiteiros, as Marias Trançadeiras, os Rap´s e dos B.Boy´s desenvolveram suas artes ao ar livre, diante dos olhos de todos. Os elogios foram muitos e os resultados bastante positivos.

No segundo dia, 9 de agosto, foram 6 jogos, com muita animação os atletas levaram para dentro da quadra toda a energia vibrante do público, que compareceu em massa, derrubando as mais otimistas das previsões, inclusive da própria equipe organizadora, o que só fez reforçar a idéia de que se está no caminho certo e a colheita será farta no futuro, para todos.


O último dia foi o mais longo, e mesmo cansativo, foi também o mais emocionante, afinal os 13 jogos ocorridos, entre as quartas de finais, semifinais e finais, deixaram atletas, árbitros e público com muito mais energia, afinal todos queriam estar presentes no momento de conhecer os grandes vencedores.

Na categoria feminina, a vencedora foi a Street Girls, ficando Cabano Baby em segundo e Sacramento em terceiro Lugar.

Equipe Feminina Vencedera - Street Girls


E na masculina, onde as atenções foram maiores em virtude de ser a mais disputada e para quem será dado o direito de ir para a etapa nacional da Liibra, teve a maior expectativa. A disputa foi ferrenha, cada ponto era comemorado dos dois lados e como não poderia deixar de ser a diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi mínima, de três pontos. O grande vencedor, Jump levou o público ao delírio no momento do apito final, a galera invadiu a quadra, os jogadores e a torcida se misturaram muna linda festa de comemoração. O segundo lugar ficou com a equipe de Val-de-Cães e o terceiro lugar foi para a equipe Black Side.

O evento contou com a cobertura da TV Liberal, TV Cultura, Jornal O Liberal, Jornal Amazônia Hoje e Jornal Público, TV Futura, além das emissoras comunitárias, como Cepepo e Mistura Pai D´Égua. E por conta de toda esta divulgação a percepção da resposta positiva de todos é fato consumado, o que dará a Cufa-Pa maior visibilidade, automaticamente maior abertura entre o empresariado local e o governo, este inclusive nos abriu as portas, ainda que timidamente, para que possamos efetivar parcerias mais sólidas.

A oportunidade de negociar com as secretarias, deputados, vereadores e lideranças políticas não será perdida, a coordenação da Cufa-Pa, através da Aline Machado, já está agendando para esta semana e a próxima alguns encontros com essas categorias, para assim dar prosseguimento as ações.

E durante todo este processo novos membros foram agregados, como o MC Bill e o Rogério Gomes, ambos negros e profundos conhecedores do movimento hip hop e de toda a história da cultura negra.


Assim toda a equipe da Cufa está de parabéns!!!


Equipe CUFA PA - Tá Faltando a grande Hellen e Pantera


Aline Machado – Coordenadora Geral

Luciana Hage – Coordenadora de Comunicação

Hellen Tavares – Coordenadora de Projetos Para Mulher Negra

Alexandre Rebouças - Produção

Victor Beltrão – Assistente de Produção

DJ Gus

MC Bill

Rogério Gomes – Coordenador da Igualdade Racial

Luiz Guilherme – Orientador Pedagógico





quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Re- cultura - Líderes culturais brasileiros se unem em prol da reforma da cultura

Ministro da Cultura - Juca Ferreira


Gestores, produtores, artistas e agentes culturais de vários estados brasileiros se reuniram na terça-feira, 11 de agosto, com o Ministro Juca Ferreira, no horário de 10h às 13h, no Auditório do Ministério da Cultura, para entregar o manifesto que visa um marco regulatório específico para a atividade cultural.O encontro foi um primeiro passo em direção a uma reformulação da atividade cultural no país. O ministro afirmou que o movimento da reforma cultural encabeçado pela sociedade civil tem relevância por ser a cultura responsável por mais de 5% do Produto Interno Bruto brasileiro. Completou sua fala dizendo que não existe a percepção por parte dos outros setores públicos de que o desenvolvimento da cultura seria uma importante estratégia para a economia.



Re-Cultura


Esta reforma cultural é apelidada de ”RE-Cultura” e foi impulsionada pela declaração de MV Bill, rapper e um dos fundadores da Central Única das Favelas, feita ao jornal “O Globo” no domingo, 2 de agosto, que ao protestar, visou alcançar não só as questões tributárias e fiscais, mas as novas relações de trabalho geradas pela especificidade das atividades de artistas e demais profissionais inseridos nas cadeias produtivas da cultura.MV Bill ao se posicionar sobre o assunto ressaltou que “a cultura está presente em todas as áreas públicas e necessita agora de uma forma mais elaborada de fazê-la e consumi-la, e para tal, é necessário discussões sobre o sistema nacional e das cadeias de cultura, bem como uma reforma dos marcos legais regulatórios”.O rapper acrescentou que a atividade cultural, além de importante vetor de desenvolvimento é construtora de identidades, pertencimentos e meios, especialmente, nos últimos anos, de inserção sócio-produtiva, particularmente, de jovens, os que mais sofrem as dificuldades para encontrar espaços no mercado formal de trabalho.

Resultados


Ao final do encontro foi constatado que uma reforma da cultura passa obrigatoriamente por outros Ministérios como os do planejamento, trabalho, justiça e educação. Para dar continuidade ao Re-cultura, o próximo passo será escolher representantes da sociedade civil para compor um grupo de trabalho que junto com membros dos ministérios envolvidos buscarão respostas para as demandas apresentadas nesse encontro e nos fóruns de cultura espalhados pelo país e construirão políticas que realmente atendam as necessidades dos produtores de cultura no Brasil.


Participação
Também participaram da reunião o ministro da Justiça, Tarso Genro, o secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência da República, Antônio Roberto Lambertucci, e os secretários de cultura do Distrito Federal, Acre, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Porto Alegre, representantes da área cultural de Tocantins, Espírito Santo, Ceará, Bahia, Paraná, Pará e Pernambuco.



Textos e fotos: Comunicação CUFA DF

CUFA Incendeia a Aldeia Amazônica

Abertura Liibra Pará
Arbitragem e Equipes Sacramento x Street Girls

A rua se transformou em uma grande quadra a céu aberto, foram dois dias de competições, com muitas jogadas geniais, vencedores ou não todos brilharam no chão da Aldeia de Cultura Amazônica. Assim foi a primeira etapa da Liga Internacional de Basquete de Rua – Circuito Pará – Liibra 2009, que aconteceu nos dias 08 e 09 de agosto, contando com um público de 1.000 a 2.000 pessoas por dia.
Aldeia Amazonica se transforma em uma grande quadra de basquete a ceu aberto
Pula Pula pra criançada.

Agora somente os vencedores desta fase disputarão a etapa final do torneio, que acontecerá no próximo dia 16.08, onde doze equipes se enfrentarão para decidir os grandes vencedores, masculinos e femininos. As equipes masculinas classificadas são: JUMP X STREET POWER, TF BASQUEKTBOLL X BLACK SIDE, GENGISCAN X TITÃS, CIDADE NOVA X VAL-DE-CÃES e ALFA X MÉDICE e femininos 1º e 2º Lugar - CABANO X STREET GIRL e 3 º e 4º Lugar - AND 1 X SACRAMENTO.

JOGOS DO DIA 08.08

1 Jogo - Vencedor Street Girls
2º Jogo - Vencedor - Jump
3º Jogo - Vencedor - Street Power
4º Jogo - Vencedor - TF Basqueteboll
5º Jogo - Vencedor - Black Side

É importante ressaltar que além da premiação em troféus e medalhas, a equipe campeã masculina do Circuito Pará ganhará as passagens para representar o estado na etapa nacional da Liibra 2009, no Rio de Janeiro, a partir do dia 19 de setembro.

O campeonato contou com a presença dos elementos do Hip Hop muitos B. Boys, Grafiteiros, Raps, Djs e o povo do skate marcaram presença no evento. A premiação será em grande estilo, contando com a presença dos Secretários Estadual e Municipal de esporte e o secretario de Cultura, bem como de todos os outros apoiadores , que acreditaram no projeto junto a Cufa e estarão colhendo os frutos da excelente repercussão dos primeiros dias do campeonato.

Com toda esta ação a CUFA quer consolidar suas ações dentro das periferias de Belém e de todo o estado do Pará, e assim poder fortalecer ainda mais a cultura que vem dessas áreas, valorizando os jovens com atividades desenvolvidas por eles, o esporte, mais especificadamente o Basquete de Rua, é uma excelente ferramenta de transformação social .

toda esta ação a CUFA quer consolidar suas ações dentro das periferias de Belém e de todo o estado do Pará, e assim poder fortalecer ainda mais a cultura que vem dessas áreas, valorizando os jovens com atividades desenvolvidas por eles, o esporte, mais especificadamente o Basquete de Rua, é uma excelente ferramenta de transformação social .


JOGOS DO DIA 09.08


1º Jogo - Vencedor Gengiscan

2º Jogo - vencedor Titãs

3º Jogo - Vencedor Cabano

4º Jogo - Vencedor Cidade Nova
5º Jogo - Vencedor Val-de-Cans

6º Jogo - Vencedor Alfa

7º Jogo - Vencedor Medice

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CONVOCAÇÃO

Convocamos para o Congresso Técnico um representante por equipe, das listadas abaixo:


1. Alfa Basquet-ball Barcatailan
2. Amigos do Basquete
3. And 1 – Milk Skate
4. Black Side
5. Catalina
6. COHAB
7. Contratak
8. Das Ruas
9. Gengis Khan Basquetebol
10. Jump – Pará
11. Medici
12. Os Daltos
13. Street Power
14. T. F. Basketeball
15. The Legacy
16. The Warrios
17. Titãs
18. Val de Cans

Data: 04.08.2009
Local: Aldeia de Cultura Amazônnica (Auditório)
Av. Pedro Miranda, s/n (Entre as Travessas Pirajá e Éneas Pinheiro)
Hora:14h

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Cesta da Vez 2009

Isso é ser CUFA !!!!!!


Cufa - Central Única das Favelas

No dia 25 de Julho de 2009 foi realizado no CECC - Centro Esportivo e Cultural da Cufa um torneio com os alunos do Projeto “A Cesta da Vez”, projeto este que conta com patrocínio do Oi Futuro através da Lei de incentivo ao Esporte. Os jovens com idade entre 10 e 20 anos são atendidos pela CUFA nas comunidades de Acari, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Madureira, desde agosto de 2008 eles recebem aprendizado de técnicas de basquete de rua e skate em paralelo com oficinas de cidadania (aulas de ética, respeito ao próximo, meio ambiente e reciclagem, comportamento social, educação entre outros).


Na chegada os alunos receberam um kit com lanche, squize, bandana do Oi Futuro e uma camiseta. Em seguida a execução do Hino Nacional, foi dada a largada para as competições do Dia. Ao som de muito Hip Hop, com o comando da DJ Carol Brasil nas picapes, e os MC´s Avalanche e Tiago Poeta na quadra. Muito animados alunos, instrutores e todos os envolvidos na organização desta grande confraternização, se dividiram entre a quadra de basquete e pista de skate. Contamos com a presença da Nega Gizza e Alex da Cia. Tumulto na cerimônia de abertura.


O instrutor Rena e o aluno Zezinho da oficina de Grafiti estiveram no local e mostraram mais uma vez que o grafiti está sempre presente! Ao final todos os alunos do projeto receberam medalhas por participação, pois todos eles já são vencedores por estar aqui conosco, aprendendo e se desenvolvendo no esporte.

Por: Elaine Caccavo

Fotos: Simone Soares

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nota de Esclarecimento

Com relação à citação do nosso nome pela revista Veja, na coluna "O hip hop da Petrobras" de Diogo Mainardi esclarecemos que a edição nosso livro "Falcão: Mulheres e o Tráfico" não teve nem tem nenhum envolvimento da Petrobras, o verdadeiro alvo da publicação.

Seguindo normas do mercado, recorremos à uma produtora privada legalmente estabelecida ( a R.A. Brandão Produções Artísticas ) na qual não temos nenhuma participação societária ou financeira, para nos representar junto a uma editora privada legalmente estabelecida ( a Objetiva ), num processo
que não envolveu dinheiro público.

Como se sabe, empresas especializadas representam os artistas nas atividades ligadas a direitos autorais, arrecadação e encargos.

Assim como não nos cabe acompanhar o relacionamento dos nossos fornecedores com terceiros, não faz o menor sentido estabelecer qualquer conexão entre essas partes.

Toda a documentação contratual, inclusive declaração de imposto de renda fruto desse contrato, está à disposição de eventuais interessados.

MV Bill e Celso Athayde

quarta-feira, 22 de julho de 2009

" 1º Encontro de Graffiti Obra Prima "





Rolou o primeiro encontro obra prima, vários grafiteiros se reuniram para pintar em um muro de 30 mêtros na zona norte, no subúrbio do Rio de janeiro no bairro Fazenda Botafogo. O encontro foi realizado pelo núcleo de Graffiti da Cufa o “Obra Prima”. Na intenção de fazer uma grande junção dos alunos, ex-alunos das oficinas e grafiteiros renomados, o núcleo vai promover ações de impacto usando a arte da rua que inspira e deixa os espaços mais agradáveis, coloridos e bonitos para se apreciar.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

RPB pelo Brasil

Fase Terminal e rappers indigenas, vencedores do RPB - MS

A etapa MS do Festival Rap Popular Brasileiro movimentou Campo Grande no ultimo final de semana, 22 grupos de Dourados, Ivinhema e Campo Grande concorreram à vaga para a final nacional que ocorrerá em outubro no Rio de Janeiro.

O grupo fase Terminal, com a música No Yakee foi o grande vencedor do evento, seguido pelos grupos Inspiração Divinal, 2º, com a música Sem Deus e em 3º o grupo Tática 3 com a música Está Consumado, todos os dois últimos de Campo Grande.

A diversidade dos temas das músicas foi uma das características marcantes do festival. Cultura, violência, igualdade racial e gospel foram alguns dos temas abordados nas músicas. “O festival é maravilhoso e essa iniciativa da CUFA traz o reconhecimento de anos de trabalho e ajuda na visibilidade dos grupos locais, tanto no seu estado, como a levar o nome do nosso estado para fora, para o Brasil conhecer”, lembra Dani Muniz, uma das vocalistas do grupo vencedor.

Mais de mil pessoas passaram pelo evento que durou o dia todo, os grupos mostraram o melhor do rap do estado, que com muita luta avança aqui nessa região de cultura agropecuária, a conhecida “cultura do boi”, mostraram como anos de trabalho e força de vontade resultam em reconhecimento e sucesso.

Agora todo o estado torce que o grupo Fase Terminal faça uma ótima apresentação em terras cariocas, e mostre que no interior do interior do Brasil o rap é de muita qualidade e não deixa a desejar nada aos grupos do resto do país.

Importante !!!!






Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos querem estimular no brasileiro o hábito de comer frutas e hortaliças que, atualmente, está muito abaixo do total recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por pessoa, no mínimo, por dia. O consumo médio por brasileiro é de apenas um terço dessa quantidade recomendada pela entidade.

Para isso, a Embrapa Agroindústria de Alimentos desenvolveu um projeto de promoção do consumo de frutas, legumes e hortaliças (FLV). A coordenadora do projeto, Virginia Matta, informou que o projeto pretende estimular o consumo desses alimentos por meio da distribuição de livretos educativos, em uma ação que abrange as famílias, escolas e creches, pontos de venda e empresas. Inicialmente, a ação será desenvolvida em Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Virginia Matta disse que a população brasileira, de um modo geral, ainda não percebeu os benefícios que a ingestão de frutas e hortaliças traz para a saúde. 'É preciso levar às pessoas o conhecimento de como é fundamental, cada vez mais, o consumo de frutas, legumes e verduras para a promoção e a manutenção da saúde'. O projeto FLV busca promover uma mudança de hábito no brasileiro.

Segundo Virginia, a ingestão desses alimentos protege o organismo contra deficiências de vitaminas e minerais e aumenta a resistência às infecções. 'Hoje já se sabe que esse é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, as doenças crônicas, como doença cardiovascular, diabetes, obesidade e alguns tipos de câncer. O não consumo ou o consumo abaixo do recomendado é um dos dez principais fatores de risco para essas doenças. Se você não consome, está mais sujeito a essas ocorrências', revelou.

Com base na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Virginia afirmou que o consumo de frutas e hortaliças é baixo em todo o país, independente da classe de renda. 'A gente sabe que a diferença é maior nas classes mais baixas. Mas mesmo as classes média e alta têm consumo ainda abaixo do recomendado'. Isso decorre principalmente da falta de hábito e de um problema de desinformação, explicou.

O projeto 'Construção de uma estratégia de intervenção em nível local para a promoção do consumo de frutas, legumes e verduras (FLV)' engloba três livretos, que são dirigidos aos professores, agentes de saúde e gestores escolares. Uma das dicas apresentadas é substituir no consumo de sopas, no dia a dia, parte da batata, inhame e aipim por chuchu, cenoura, couve e abobrinha. Os pesquisadores sugerem também que se reduza a quantidade de sal e de temperos prontos nos alimentos, trocando-os por limão e ervas, entre as quais a salsa, cebolinha, manjericão e orégano.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Exploração Infantil: 144 mil crianças trabalham no Pará


Quando os carros param no sinal vermelho ele começa a agir. Limpa vidro de um veículo, pede uns centavos para outro e assim, o garoto de apenas 15 anos ganha a vida. O local em que trabalha, a rua, faz parte do cotidiano dele desde os 13 anos, desde que foi expulso da escola, quando cursava a 5ª série.

“Eu fui expulso da escola e parei de estudar, porque não consegui mais vaga em outra e aí ficava em casa. Quando a situação começou a apertar eu decidi trabalhar junto com os meus outros três irmãos lá na Praça da República”. O menino, de aparência cansada, mas ao mesmo tempo alegre, conta que tem outros 13 irmãos, mas que apenas os quatro ficam na rua para ajudar no orçamento da família. “O meu pai é aposentado, mas o dinheiro que ele ganha é pouco e a minha mãe não pode trabalhar”.

Ele diz que trabalha no sinal da avenida Pedro Álvares Cabral, não só para ajudar em casa, mas para comprar suas próprias coisas. “Eu venho para cá às 8h e saio às 17h e consigo ganhar uns R$ 40,00 por dia. Dou para a minha mãe e ela vai guardando”.

A adolescente de 17 anos, que trabalham no mesmo sinal vendendo bombons explica que a independência financeira é o que a leva todos os dias para a rua. “Trabalho com venda desde os 12 anos. Comecei a vender bolo e depois bombons. Eu sempre vendi, porque gosto de trabalhar e ter o meu dinheiro”. Segundo a jovem, seus pais trabalham e ganham o suficiente para sustentá-la, mas prefere ter seu próprio dinheiro. Apesar de sair para vender por vontade própria, a menina conta que trabalhar dessa forma não é muito fácil. “Às vezes a gente escuta umas coisas que não são muito legais”.

Mesmo trabalhando durante a tarde, a adolescente afirma que não parou de estudar e que ainda tem sonho de um dia ser jornalista. Hoje ela faz o 1° ano do Ensino Médio e se prepara para o vestibular. “Tem dias que eu saio daqui cansada, mas chego em casa e estudo. Eu trabalho, mas sei dividir o tempo entre a escola e as outras coisas da vida. Não penso no meu futuro aqui. Quero trabalhar em uma empresa e ganhar bem, com carteira assinada e todos os benefícios”. Assim como eles, outras 246.614 crianças e adolescentes vivem na mesma situação, no Pará, somente crianças com idade entre 05 e 15 anos são 144.159. Apesar de haver um registro de queda de 14%, de 2007 para 2008, o número de crianças e adolescentes com os direitos violados ainda é significativo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Hutúz 10 Anos

Hutúz 2009 é nota 10. Marca os dez anos do maior Prêmio de Hip Hop do Brasil, palco que muitos artistas fora, descobertos, revelados e por que não ovacionados. O Prêmio Hutúz tem um desafio principal: mostrar aos berços do Hip Hop que é possível produzir uma premiação clássica com qualidade e respeito aos participantes. O Hip Hop através do Hutúz provou que era possível, hoje a CUFA decide terminar com a festa dessa premiação, mas não com o Prêmio, com a certeza que os estados estão prontos para realizar seus Prêmios e naturalmente construir outras premiação e continuar valorizando a arte dos guetos, como o Hutúz mostrou uma arte que dialoga com outras culturas e universos.

Neste ano, a última festa do Prêmio Hutúz, faremos uma grande festa de aniversário, vamos comemorar essa data relembrando os grandes momentos desses felizes dez anos de sucesso. Os grandes shows, os grandes filmes e tudo mais...

Nessa edição permitimos que você vote em cinco indicados de cada categoria, na primeira fase de votação, os dez mais votados seguirão para segunda fase onde você escolherá os três melhores de cada categoria, que no dia da premiação serão nomeados os melhores do Hip Hop do Século XXI.


Mas informações : www.hutuz.com.br

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Vem aí ... VIRADÃO ESPORTIVO


É um projeto de abrangência nacional, que visa incentivar as mais diversas práticas esportivas, reafirmando o impacto social e a importância do exercício da cidadania.
Mobilizando a maior quantidade de cidades possível, numa grande  maratona esportiva com duração de 31 horas ininterruptas, daremos visibilidade aos eventos realizados nas periferias que geralmente não fazem parte de calendários formais.
O Viradão trará um cardápio de atividades e eventos esportivos, sejam eles os mais clássicos, quanto os mais atípicos, que nem sempre são de conhecimento do grande público. Assim, faremos a comunicação entre grandes espetáculos esportivos e os esportes ainda em desenvolvimento.

Através do esporte alcançamos crianças, jovens e adultos, pois as modalidades esportivas possuem grande apelo na sociedade.
 
Pensando nisso, a CUFA e seus parceiros, propõem a realizar uma grande mobilização nacional, parceria esta que se desdobra em um grande Viradão nacional, através do apoio de seus parceiros que, juntos, convidarão associações, clubes, escolas, forças armadas, universidades, federações, confederações, dentre outras organizações, para, juntas, concluírem essa ação.
 
Será incorporada à programação oficial do evento toda e qualquer iniciativa esportiva / modalidade que tiver interesse em participar.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

ATRIZ MOÇAMBICANA É DISCRIMINADA NO BRASIL


“Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?”
A mais importante atriz de Moçambique diz ter sofrido discriminação racial em São Paulo
Eliane Brum
Fazia tempo que eu não sentia tanta vergonha. Terminava a entrevista com a bela Lucrécia Paco, a maior atriz moçambicana, no início da tarde desta sexta-feira, 19/6, quando fiz aquela pergunta clássica, que sempre parece obrigatória quando entrevistamos algum negro no Brasil ou fora dele. “Você já sofreu discriminação por ser negra?”. Eu imaginava que sim. Afinal, Lucrécia nasceu antes da independência de Moçambique e viaja com suas peças teatrais pelo mundo inteiro. Eu só não imaginava a resposta: “Sim. Ontem”.
Lucrécia falou com ênfase. E com dor. “Aqui?”, eu perguntei, num tom mais alto que o habitual. “Sim, no Shopping Paulista, quando estava na fila da casa de câmbio trocando meus últimos dólares”, contou. “Como assim?”, perguntei, sentindo meu rosto ficar vermelho.
Ela estava na fila da casa de câmbio, quando a mulher da frente, branca, loira, se virou para ela: “Ai, minha bolsa”, apertando a bolsa contra o corpo. Lucrécia levou um susto. Ela estava longe, pensando na timbila, um instrumento tradicional moçambicano, semelhante a um xilofone, que a acompanha na peça que estreará nesta sexta-feira e ainda não havia chegado a São Paulo. Imaginou que havia encostado, sem querer, na bolsa da mulher. “Desculpa, eu nem percebi”, disse.
A mulher tornou-se ainda mais agressiva. “Ah, agora diz que tocou sem querer?”, ironizou. “Pois eu vou chamar os seguranças, vou chamar a polícia de imigração.” Lucrécia conta que se sentiu muito humilhada, que parecia que a estavam despindo diante de todos. Mas reagiu. “Pois a senhora saiba que eu não sou imigrante. Nem quero ser. E saiba também que os brasileiros estão chegando aos milhares para trabalhar nas obras de Moçambique e nós os recebemos de braços abertos.”
A mulher continuou resmungando. Um segurança apareceu na porta. Lucrécia trocou seus dólares e foi embora. Mal, muito mal. Seus colegas moçambicanos, que a esperavam do lado de fora, disseram que era para esquecer. Nenhum deles sabia que no Brasil o racismo é crime inafiançável. Como poderiam?
Saiba mais

segunda-feira, 29 de junho de 2009

ONU apresenta plano para reduzir desigualdade de raça e gênero


Na última quinta-feira (25), foram apresentadas as diretrizes do comitê durante a 2° Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial
27/06/2009 - 00:53

Brasília - A promoção de políticas de igualdade racial é uma preocupação internacional do sistema de agências da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Marie-Pierre Poirier, que coordena o grupo de trabalho da ONU sobre gênero e raça e apresentou na última quinta-feira (25) as diretrizes do comitê durante a 2° Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

Marie-Pierre listou os objetivos do plano de ação, entre eles a promoção do acesso igualitário aos serviços públicos, a redução das vulnerabilidades e da violência entre os grupos minoritários e a transparência na implantação de políticas públicas de direitos humanos.

O plano também prevê a adoção de medidas internas na ONU, como a produção de conhecimento sobre a desigualdade racial e de gênero e as ações práticas como a preparação de candidatos negros e indígenas para na ocupação de cargos nas agências da organização.

“A ONU não é só um financiador de projetos, essa é uma visão equivocada. O que oferecemos são estratégias para priorizar o desenvolvimento de capacidades de gestores nos países para que resolvam seus próprios problemas”, afirmou.

Marie-Pierre defendeu a articulação entre governos, sociedade civil e o setor privado na aplicação de medidas anti-discriminatórias e a troca de experiências entre os países para subsidiar ações nacionais de combate ao racismo e ao preconceito de gênero.

A coordenadora do sistema ONU no Brasil, Kim Bolduc, disse que o país é um “caso emblemático” na promoção da igualdade racial, pelo ativismo da sociedade civil e por avanços na formulação de políticas integradas, como as ações afirmativas e o reconhecimento de direitos dos quilombolas.

“Muitos países assumiram compromissos com a redução das desigualdades. Vários revisaram seus textos constitucionais e outros criaram instituições específicas para promover a igualdade racial e de gênero, como o Brasil, com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e a Secretaria Especial de Políticas paras as Mulheres”, citou.

Kim afirmou que a ONU está comprometida a continuar auxiliando o governo brasileiro na redução das desigualdades, mas afirmou que a solução deve partir de iniciativas conjuntas, que incluem políticas de educação e até os meios de comunicação.

“Neste momento de tantos avanços, não podemos ceder terreno. Somente a solidariedade servirá para responder aos desafios do mundo dividido de hoje”, disse.

Agência Brasil

sexta-feira, 26 de junho de 2009

ENVIO DE TROPAS NÃO RESOLVEM VIOLÊNCIA NO PARÁ, DIZ FÓRUM AGRÁRIO.

O envio das Forças Armadas para reforçar a segurança no Estado do Pará anunciado ontem pelo governo não resolve o problema dos conflitos de terras, segundo avaliação do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo.

"Não adianta mandar 2.000 soldados para ficarem uma semana e depois voltarem", afirmou hoje o coordenador do fórum, Gilberto Portes, que cobrou do governo uma ação permanente e estrutural para que os problemas de violência na região sejam resolvidos.

Segundo ele, o governo precisa investir mais na estrutura das instituições que estão no Estado, destinando mais recursos para o aparelhamento das representações do Incra, da Polícia Federal, e de outros órgãos de fiscalização ambiental e de violação dos direitos humanos.

Portes informou que alguns policiais federais que atuam na região têm utilizado carros de terceiros para cumprirem seu trabalho, o que considerou "uma vergonha".

Segundo ele, as tropas militares inibem a ação de grileiros momentaneamente, mas eles voltam a agir em seguida. "Ou o governo vai mudar isso agora ou está instalada uma guerra civil", disse.

Em documento dirigido ao presidente da República em exercício, José Alencar, os representantes do fórum afirmam que "a ausência de ações de Estado é patente no Pará", e que as medidas anunciadas pelo governo federal "têm sido sempre tópicas, retóricas e sem firmeza".

O fórum pediu ainda uma intervenção federal no Estado do Pará, a retomada das terras griladas, e a classificação do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, como uma "grave violação dos direitos humanos", para a transferência das investigações para a competência da Justiça Federal. O fórum também quer proteção para mais de 50 pessoas que estariam ameaçadas de morte.

"Estão desafiando o Estado", disse Gilberto Portes, referindo-se aos assassinatos ocorridos no Estado nesta semana.

Além do Pará, onde a situação da violência é mais crítica, Portes também apontou a existência de problemas nas disputas pela terra em Pernambuco, Sul da Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná.

Parlamentares

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Reforma Agrária, também divulgou manifesto de "indignação diante do bárbaro assassinato" da missionária Dorothy Stang.

Para os parlamentares, o padrão de violência no campo só será alterado na região com a presença firme do Estado por meio de medidas mais urgentes dos governos federal e estadual.

Representantes da comissão parlamentar estão reunidos com José Alencar para discutir alternativas para a violência gerada pelos conflitos de terra no Pará.

terça-feira, 23 de junho de 2009

DESIGUALDADES PROVOCAM ATRASO NOS ESTUDOS

A região que tem a população mais jovem de todo o Brasil, com 9,2 milhões de pessoas com até 17 anos, é também aquela que menos cuida da educação de seu povo. Um estudo do Unicef, chamado Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 - O Direito de Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades, mostra uma realidade preocupante: a Amazônia ainda têm mais de 90 mil adolescentes analfabetos e cerca de 160 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola.

Entretanto, assegurar o acesso dos jovens à educação não é o único desafio a ser enfrentado. A situação não é menos dramática quando se observa, que, no Pará, entre os que chegam ao ensino médio, apenas 33,1% estão com idade compatível à série. Ou seja, tem entre 15 e 17 anos. Isso significa que a maioria já atrasou dois anos ou mais de estudos. Seja por repetência ou abandono das atividades escolares.

É o pior índice da região Norte, que traz como média 36% de alunos nesta situação. A exceção fica por conta do Amapá - que melhor até do que a média brasileira (48%) - traz 49,1% dos alunos em dia com estudos.

No ensino fundamental, as distorções se repetem. Enquanto no Brasil, a média de estudantes atrasados é de 25,7%, na região Norte, este índice pula para 35,4%. Sendo que o Pará alcança a margem de 40,2% do alunado. É quase o dobro do constatado na maioria dos estados nortistas.

O resultado disso é de que, apesar de passar em média aproximadamente dez anos na escola, os estudantes da região completam com sucesso pouco mais de cinco séries, portanto menos do que a escolaridade obrigatória. No Brasil, esta média é de sete anos.

O relatório da Unicef também revelou que é elevada a quantidade de crianças e jovens que abandonam a escola antes de concluir os estudos. De acordo com o Censo Escolar 2007, no Pará, apenas 22% dos alunos matriculados no ensino fundamental, concluíram seus estudos; enquanto que no ensino médio, este índice sobe para 43,9%.


DISTORÇÕES


A Unicef diz que estes índices refletem as graves distorções socioeconômicas a que os amazônidas estão expostos, já que, segundo a publicação, das mais de 9 milhões de crianças e adolescentes que residem na região, pelo menos 5,5 milhões são consideradas pobres.

Um quadro agravado ainda pelos problemas internos do próprio sistema escolar, como a baixa qualificação dos professores, instalações precárias, transporte inadequado e a falta de material pedagógico contextualizados, que são fatores que contribuem para diminuição do interesse dos estudantes nas aulas e, conseqüentemente, por retê-los ao longo do ensino fundamental e médio.

Com mais de 15 anos de giz na lousa e livro na mão, o professor José Anibal Oliveira, sabe bem estes desafios. Dando aula, de segunda a sexta-feira, de 7 às 22 horas, em várias escolas da rede estadual de ensino, ele confessa, que, apesar do esforço em fazer um bom trabalho, está cada dia mais difícil educar neste País.

'São tantos os percalços, que muitas vezes falta estímulo para continuar o trabalho. Existe hoje uma grave equivoco de achar que investir em educação é reformar escola. Fazer educação é mais que isso, é dar um salário digno aos professores, é investir na qualificação profissional, em livros, é garantir condições adequadas para que este aluno assista aula', afirmou.

Situação que se torna ainda mais adversa diante da omissão da família na vida do aluno. 'Na maioria das vezes, o que a gente percebe é uma falta da presença da família na vida desses jovens. Faltam valores, rotinas e o acompanhamento que é necessário para vida escolar', afirmou.

Solitária na capital, filha de pescador luta para conciliar trabalho e escola.

Dentre os gargalos da educação atual, estão também fatores como a negligência dos pais, a violência nas escolas, a discriminação, a gravidez na adolescência e o trabalho precoce. Para se ter uma idéia, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2007, usadas no relatório, dão conta de que do total de 44,7 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade no Brasil, 4,8 milhões trabalham. Destas, quase um terço, trabalha pelo menos 40 horas semanais.

O que para o Unicef são números significativos, apesar de estar havendo queda do nível de ocupação de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade nos últimos anos. Em 2006, existiam 5,1 milhões de trabalhadores nessa faixa etária, o que corresponde a 11,5% do total de crianças. Em 2007, essa taxa caiu para 10,8%.

O abandono da escola em razão da necessidade de trabalhar para ajudar na renda familiar fica evidente quando se analisa a taxa de escolarização dos adolescentes ocupados e não ocupados. De acordo com a PNAD 2007, dos adolescentes de 15 a 17 anos que trabalham, apenas 21,8% estão na escola.

Filha de um pescador e uma dona de casa, no município de Viseu, a jovem Ana Paula Ferreira faz parte desta estatística. Ela, ao lado do pai, é a única provedora de renda de uma família que conta ainda com outros oito irmãos, entre 21 anos e 6 meses.

Prestes a completar 19 anos e há quase um ano morando sozinha em Belém, ela já traz no currículo vários empregos como babá e doméstica, mas ainda não conseguiu completar o primeiro ano do ensino médio. O estudo, segundo ela, acabou relegado ao segundo plano, diante das dificuldades financeiras.

'Trabalho desde os 13 anos sempre como babá ou cuidando da casa. Para mim, é muito difícil estudar depois de passar o dia inteiro cozinhando, limpando, cuidando de criança. Às vezes até esqueço de fazer a lição', disse a jovem.

Ela repetiu a 6ª série e pela segunda vez cursa o 1º ano do ensino médio. No ano passado, os estudos foram interrompidos porque a escola em que estudava em Viseu parou para reformas por mais de um semestre. Se não bastasse isso, este ano, enfrentou quase três meses de escolas paradas em virtude da greve dos professores. Resultado: no final de junho, ela ainda se prepara para aprender o conteúdo da 2ª avaliação.


SORTE


'A minha sorte que já tinha aprendido uma parte lá em Viseu e o conteúdo é mais ou menos balanceado. Mas é difícil, aqui é muito barulho na hora da aula', disse. E reconhece que para série que cursa, deveria saber mais. 'Sinto que tenho dificuldades, às vezes fico meio sem noção do assunto', confessa.

Sem muitas perspectivas pela frente, Ana Paula, que sempre sonhou em ser médica, traz como meta hoje conseguir completar o ensino médio. 'Quem sabe assim consigo arranjar um emprego no comércio, sei lá. Ai se tiver dinheiro, de repente, posso fazer um cursinho e depois o vestibular, porque com R$ 200 por mês não dá para fazer isso'.

Investimento é solução para problema no Estado

Na avaliação da doutoranda em educação e pedagoga da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Ana Cláudia Hage, o caminho para reverter estes índices está no aumento dos investimentos em educação, mas, sobretudo, no compromisso com o sistema educacional do País.

'É uma falta de compromisso generalizado em escala, que começa desde o ensino de base. Faltam investimentos em políticas públicas, falta comprometimento com a educação, com o sistema. Precisamos de uma política de integração entre os diversos setores envolvidos', afirmou a especialista.

Para isso, ela diz que é preciso mudar as perspectivas de aprendizagem. 'Precisamos nos voltar para qualidade do ensino ministrado. O aluno tem que ir à escola para aprender', afirmou.

São medidas, como as recomendadas pelo Unicef, que chamam atenção, por exemplo, para centralidade do papel do professor; a valorização e o respeito ao aluno e à sua cultura; a existência de espaços e instrumentos de participação efetiva desse conjunto de atores e de seus parceiros, como parte de uma gestão democrática da escola; o estímulo ao processo cognitivo por meio de atividades lúdicas, metodologias inovadoras, espaços educativos; e busca de novas abordagens pedagógicas.

'Não haverá política nacional de educação que resolva, se não zelarmos pelo processo. Um professor tem em média 40 alunos, ele está diante então de 40 questões complexas para resolver. É preciso fazer com que estes alunos não apenas passem de ano, mas que aprendam o que foi ensinado'.

Ela destaca também o papel da família neste processo. 'A constituição é clara quando diz que a educação é um direito de todos, mas ela diz também que é um dever do Estado e da família. É preciso fazer esta conscientização', disse.