domingo, 26 de outubro de 2008

Coordenadora da Unesco se emociona com a Cufa

A coordenadora geral da Área Programática e de Ciências Humanas e Sociais da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, esteve no encontro da Central Única das Favelas, Cufa, na tarde desta quinta-feira (23) falando sobre a relação entre a Cufa e a Unesco, que já vai completar 10 anos.

Marlova comentou sobre os espaços que a Cufa vem conquistando ao longo dos anos. Mostrou-se orgulhosa por ver “algo que começou tão pequeno, como uma idéia, ganhar uma dimensão tão grande, capaz de influenciar na construção de políticas públicas. Até pouco tempo essa conversa era com os intelectuais, com os políticos, a periferia era considerada apenas como uma beneficiária dos programas”.

O sucesso da organização Cufa já rompeu as fronteiras. “A Unesco está fazendo um projeto com uma universidade inglesa para estudar a Cufa e o Afro Reggae, movimentos que vêm das comunidades, liderados por pessoas da comunidade que conseguem sair do morro e chegar ao asfalto com muita coisa para ensinar”, anuncia Marlova.

Ela disse ainda que estes movimentos “impõem um espaço que vai além da interlocução, um espaço de respeito. Isso não é tarefa fácil e nem é pouca coisa, os governos tendem a se isolar e serem auto-referentes, acham que sabem fazer. A Cufa está ampliando esses espaços de interlocução”, afirmou Marlova.
De um modo geral as ONGs surgem com muita força, fazem um caminho de ascensão, atingem o apogeu e a tendência é entrar em declínio, a Cufa fez um processo inverso, atingiu o apogeu com o lançamento de “Meninos do Tráfico” e soube manter e consolidar esse estado. Se estabeleceu no patamar de influência e penetração nos espaços públicos, nos 27 Estados, consolidando a interlocução com prefeitos, governadores, presidente da república, organismos internacionais e meios de comunicação.

Segundo Marlova, mais que respeito, a Cufa conquistou o carinho dos parceiros, construiu uma relação de amizade, companheirismo e igualdade. ” Não me importo se as autoridades gostam de mim, porque elas são passageiras, mas a Cufa gostar de mim, isso é muito importante . meu coração se orgulha e se emociona.

Por Rísia Lima/Cufa TO